La política externa y de defensa de Bolsonaro proyectan un Brasil frágil que se subordina a los intereses de EUA
O Vira–Lata Desdentado e a Disputa pelo Atlântico Sul
Marcelo Zero
A participação do Brasil no SOUTHCOM
dos EUA faz parte de um processo mais amplo, que se iniciou com o golpe de
2016. A agressão à nossa soberania é bem mais grave do que se imagina. Explico.
A projeção dos interesses de um país no
complexo e competitivo cenário mundial dá-se, essencialmente, de duas formas:
pela política externa e pela política de defesa.
Assim, a plena projeção dos interesses
estratégicos do Brasil no cenário internacional, embora dependa de uma política
externa consistente, não pode prescindir, também, de uma política de defesa
sólida.
Sem dúvida alguma, a persuasão
diplomática deve ser o meio principal de afirmação dos interesses das nações,
principalmente das nações pacíficas, como o Brasil. No entanto, é forçoso
reconhecer que tal persuasão funciona de forma mais eficaz quando complementada
pela dissuasão estratégica.
Como assinalou o ex-ministro das
Relações Exteriores e ex-ministro da Defesa Celso Amorim:
Não se pode ser a sétima economia, ser membro do BRICS e do G-20, ter
toda a importância que o Brasil assumiu e não ter Forças Armadas devidamente
equipadas. A existência de forças equipadas e adestradas fortalece a capacidade
diplomática e minimiza a possibilidade de agressões, permitindo que a política
de defesa contribua com a política externa voltada para a paz e o
desenvolvimento.
Com efeito, um país das dimensões
geográficas, demográficas e econômicas do Brasil não pode prescindir de uma
política defesa eficiente. Mesmo no contexto de uma região pacífica, como a
América do Sul, o Brasil, pela abundância de seus recursos estratégicos (água
doce, biodiversidade, terras, pré-sal, etc.) e por sua recente projeção
geopolítica internacional, desperta cobiça e rivalidades que tem de ser
neutralizadas.
A política externa e a política de
defesa são, pois, políticas complementares. Ambas projetam que tipo de país que
se pretende ser no cenário mundial.
E que tipo de país essas políticas
projetam hoje?
Tanto a política externa quanto a
política de defesa que vêm se delineando desde o golpe, e que agora se
consolidam e se aprofundam com Bolsonaro, projetam um país menor, frágil, que
se coloca, de forma submissa, na órbita dos interesses geopolíticos e geoestratégicos
dos EUA.
Estamos nos transformando num grande
Porto Rico.
Os retrocessos em política externa já
se tornaram bastante evidentes. Ao mesmo tempo em que se busca ansiosamente o
alinhamento acrítico aos EUA e a alguns aliados, como Israel, se descontroem
todas as vertentes exitosas anteriores de uma política externa que havia
aumentado extraordinariamente nosso protagonismo internacional, tais como a do
Mercosul e a integração regional, a cooperação Sul-Sul, a inserção no BRICS, as
parcerias estratégicas com países emergentes, o investimento nos países árabes
e africanos, a ênfase no multilateralismo e na geração de um mundo multipolar,
etc.
Porém, os retrocessos, um pouco mais
discretos e menos perceptíveis, também estão acontecendo na política de defesa.
Eles vêm se processando também desde o golpe de 2016, mas agora adquiriram
maior celeridade e profundidade com o governo que bate continência para os EUA.
Nos governos do PT, procurou-se
articular a política externa “ativa e altiva”, que projetava um país
independente e forte no cenário mundial, com uma política de defesa consistente,
que se propunha criar a dissuasão estratégica plena e contribuir ativamente
para o desenvolvimento econômico e tecnológico do Brasil.
Desse modo, em 2005, foi lançada a nova
Política de Defesa Nacional (PDN), que conferiu especial destaque à capacitação
na produção de materiais e equipamentos com alto valor agregado em tecnologia,
com vistas a diminuir a dependência externa do país nessa área estratégica. Além
disso, foram criados ou robustecidos vários projetos estratégicos de peso, como
o submarino nuclear e o do novo caça, que tinham por objetivo promover a dissuasão
estratégica em todos os cenários.
Por sua vez, a Estratégia Nacional de
Defesa (END), lançada em 2008, estabeleceu a “revitalização da indústria de
material de defesa” como um dos três eixos estruturantes para a defesa do país,
ao lado da reorganização das Forças Armadas e de sua política de composição dos
efetivos. Dessa forma, a Estratégia afirmou o vínculo indissociável entre
defesa e desenvolvimento. A BITD (Base Industrial de Defesa) passou a ser vista
como indutora de inovações tecnológicas, com aplicações civis. A END também
estimulou o desenvolvimento tecnológico independente, especialmente nos setores
nuclear, cibernético e espacial.
A Política Nacional de Defesa e a
Estratégia Nacional de Defesa complementavam, dessa forma, a política externa
independente daquele tempo, tanto no que se referia à obtenção do armamento
adequado e à promoção da dissuasão estratégica, quanto ao estímulo ao
desenvolvimento econômico e tecnológico autônomo. A política externa e a
política de defesa apontavam, assim, para uma mesma direção: a construção de um
país independente, com interesses geopolíticos e geoestratégicos próprios.
Agora, a política de defesa,
complementando a desastrada política externa do governo Bolsonaro, aponta
também para fragilização do país e para um aprofundamento da dependência
econômica, política e tecnológica do Brasil.
Já em 2016, foi assestado o primeiro
grande golpe contra a política defesa anterior. Com efeito, a Emenda
Constitucional nº 95, de 2016, que congelou as despesas primárias por longos 20
anos, significou inevitável constrangimento econômico à busca da dissuasão
estratégica e do desenvolvimento de uma base industrial significativa de
defesa.
Nas simulações realizadas, os
investimentos em defesa deverão sofrer contrações brutais, pois a despesas
constitucionais obrigatórias, somadas ao aumento populacional, deverão aumentar
substancialmente, nos próximos anos.
Mesmo supondo que os gastos com defesa
não sofram contração nominal ao longo desse período, uma hipótese altamente
improvável, seu mero congelamento implicará, supondo que o Brasil volte a
crescer a uma média anual de 2,5%, um decréscimo substancial do gasto como
percentual do PIB. Assim, cairíamos de 1,4% do PIB, em 2014, para 0,85% do PIB,
em 2036.
Além desse dano que a Emenda
Constitucional nº 95, de 2016 inevitavelmente ocasionará à Estratégia Nacional
de Defesa, é preciso analisar também que a Lava Jato vem causando prejuízos
consideráveis à Base Industrial de Defesa. De fato, todas as firmas que vêm
sendo paralisadas e fragilizadas pela Lava Jato desempenham papel crucial nessa
Estratégia e nessa Base Industrial, já que estão fortemente presentes nos
grandes projetos da área.
Não temos dúvida de que a combinação da
Lava Jato, que está fragilizando o braço empresarial da Estratégia Nacional de
Defesa, com a Emenda Constitucional nº 95, de 2016, que reduzirá drasticamente
o investimento estatal nessa área, poderá fazer o Brasil retroceder à década de
1990, quando a tônica dada pelo neoliberalismo era a do desarmamento do país.
Ademais desses fatores econômicos, é
preciso lembrar que o Exército dos EUA participou, a convite do governo
brasileiro, de um exercício militar conjunto que foi realizado, em novembro de
2017, na tríplice fronteira amazônica entre Brasil, Peru e Colômbia. Tal fato
revela uma decisão política preocupante para a soberania nacional, no campo da
defesa e da indústria de defesa.
Tratou-se de uma decisão inédita na
história militar recente do Brasil, que causou estranheza. O nosso país, até o
golpe, vinha investindo na gestão soberana da Amazônia, em parcerias com países
da América do Sul, estabelecidas em mecanismos de cooperação regionais,
particularmente os da Unasul e os da Organização do Tratado de Cooperação
Amazônica (OTCA). Assim, esse convite a uma superpotência estrangeira, que não
faz parte da Bacia Hidrográfica da Amazônia, representou um “ponto fora da
curva”, na tradição de afirmação da soberania nacional numa região estratégica
para o país.
Na realidade, esses exercícios vieram
na esteira de uma série de iniciativas bilaterais que fazem parte de uma
estratégia dos governos pós-golpe de reaproximação subalterna aos EUA, tanto no
campo da política externa, quanto no campo da política de defesa.
Nesse diapasão, o Ministério da Defesa
do Brasil e o Departamento de Defesa dos EUA assinaram o Convênio para
Intercâmbio de Informações em Pesquisa e Desenvolvimento, ou MIEA (Master Information Exchange Agreement),
na sigla em inglês. Com tal decisão, os governos pós-golpe investirão na
cooperação com os EUA, como forma de “desenvolver” nossa indústria de defesa.
Na prática, isso significa renunciar a ter real autonomia no campo do
desenvolvimento industrial e tecnológico da defesa nacional.
Ao que tudo indica, setores das Forças
Armadas, renunciaram ao desenvolvimento tecnológico relativamente autônomo,
previsto na Estratégia Nacional de Defesa, e, agora, apostam equivocadamente numa
relação de dependência com os EUA para o seu reaparelhamento.
No mesmo sentido, a anunciada renegociação
do famigerado Acordo de Alcântara com os EUA, que impediria o desenvolvimento
do nosso veículo lançador e propiciaria a criação de uma base militar
norte-americana em solo pátrio, denuncia a retomada de uma nova relação de
dependência com aquele país.
A compra da Embraer pela Boeing, face
ao uso dual, civil e militar, da tecnologia aeronáutica, deverá também
comprometer projetos militares de relevo, bem como inviabilizar o
desenvolvimento tecnológico autônomo, num campo sensível e estratégico.
Esses retrocessos, verificados a partir
de 2016, agora se aprofundaram claramente com o governo Bolsonaro.
A oferta, anunciada pelo próprio
Bolsonaro e por seu chanceler templário, para a instalação de uma base militar norte-americana
em território brasileiro, embora temporariamente desmentida por Mourão, nos
equipararia a países como Honduras, que são, em seus atuais governos, meros
satélites dos EUA.
A participação abjeta do Brasil no
plano belicoso e perigoso dos EUA para desestabilizar o governo da Venezuela é
outro indicador de uma subserviência que contraria frontalmente os interesses
do nosso país na região, os quais estariam muito melhor servidos com uma
estratégia de negociação que preservasse a integração regional e a paz no
subcontinente.
E agora surge a notícia que joga uma
pá-de-cal nas esperanças de quem ainda apostava na preservação da soberania do
Brasil.
A anúncio, feito pelo Almirante Craig
Faller, chefe do UNITED STATES SOUTHERN COMMAND (SOUTHCOM), ante o Senado dos
EUA, de que o Brasil participará do SPMAGTF (Special Purpose Marine Air-Ground Task Force) daquele comando e
liderará o exercício naval multinacional UNITAS AMPHIB, significa que o nosso
país se engajará ativa e diretamente em operações militares concebidas e
lideradas pelos EUA. Ou seja, o Brasil se colocará voluntariamente numa posição
de subordinação militar aos EUA, em suas ações em nossa região.
Além disso, o almirante Craig Faller
também anunciou, no documento oficial dirigido ao Senado norte-americano, que o
Brasil enviará um general para servir como Vice-Comandante para
Interoperabilidade do SOUTHCOM.
Os fatos são graves, muito graves.
Os EUA estão fortemente empenhados no
combate à influência da China e da Rússia em nossa região e identificam países
como Venezuela, Nicarágua e Cuba como aliados desses “inimigos”, que precisam
ser duramente combatidos.
Portanto, o SOUTHCOM deverá ser usado de
forma ofensiva na América Latina para cumprir com esse objetivo geopolítico
norte-americano. Não se trata, como poderiam imaginar os
panglossianos, apenas de meros exercícios de treinamento com objetivos
humanitários, mas também de ações militares que visariam desestabilizar
governos da região e estabelecer vínculos de dependência com as forças armadas
de “países amigos”.
Os EUA não gostariam de envolver suas
tropas em terra nessas operações, mas estimulariam de bom grado o envolvimento
de tropas brasileiras, colombianas, etc. Faríamos o trabalho sujo.
Há também a intenção de assegurar o
acesso privilegiado aos recursos estratégicos de nossa região. Deve-se lembrar
que a Quarta Frota dos EUA, a força naval do SOUTHCOM, foi recriada, após 58
anos, justamente em 2008, coincidentemente ou não, após o Brasil anunciar as
fantásticas descobertas do pré-sal.
Na realidade, desde que o Brasil se
empenhou na constituição da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul
(ZOPACAS), criada pela Resolução 41/11 da ONU, de 27 de outubro de 1986, que os EUA vêm tentando opor-se à
projeção do Brasil nesse oceano. Assim, em 2008, mesmo ano da recriação
da Quarta Frota, os EUA criaram também o Comando Africano (USAFRICOM), com a
intenção clara de contrapor-se à projeção de interesses sino-brasileiros
naquele continente.
Aliás, em 2010, tanto o Pentágono como
a OTAN pressionaram o governo brasileiro a apoiar a extensão da jurisdição da
OTAN ao Atlântico Sul. Contudo, o governo da época manifestou, com vigor, a
oposição brasileira à pretensão dos EUA e da OTAN. O então ministro da Defesa,
Nélson Jobim, afirmou que considerava como distintas “as questões de segurança
das duas metades desse oceano”, e que, após a Guerra Fria, a OTAN havia passado
“a servir de instrumento de seu membro exponencial, os EUA, e dos aliados
europeus”. Bons tempos.
Agora, com essa decisão vergonhosa, o
Brasil tende a perder projeção geoestratégica própria no Atlântico Sul e na
Amazônia Azul, onde está o pré-sal.
Observe-se que, já há alguns anos, a Marinha
dos EUA (US Navy) realiza exercícios
multinacionais reunindo países membros da OTAN e africanos, para “manobras de
patrulhamento no Golfo da Guiné”, área onde se situa contraparte africana do
pré-sal.
Todas essas medidas e ações convergem
para um só cenário: estão sendo minadas as bases econômicas e institucionais da
Política de Defesa e da Estratégia Nacional de Defesa e estão sendo tomadas
decisões políticas que colocam nossas forças armadas como meras forças
auxiliares e subalternas dos EUA.
Essas decisões políticas em matéria de
defesa, somadas à política externa de subordinação geopolítica aos EUA, que
tanto agrado causa ao capitão sôfrego por continências e ao chanceler
templário, nos transformam em lamentável cão vira-lata do Império.
Já a destruição da Base Industrial de
Defesa e os constrangimentos econômicos aos investimentos em Defesa Nacional,
que deverão ser agravados com a aposta no ultraneoliberalismo, apontam para o
desarmamento, a fragilização dos grandes projetos estratégicos, a dependência
tecnológica e a absorção de material militar obsoleto.
Assim sendo, não seremos apenas um
vira-lata. Seremos um vira-lata desdentado, a latir para os inimigos dos nossos
donos.
E o Atlântico Sul será dominado pela OTAN.
Niterói, 23 de Janeiro de 2019.
ResponderEliminarPrezados Senhores Lideres Mundiais, presentes e ausentes ao Foro Internacional de Davos,
Solicito a Direção do presente ciclo de debates em Davos, a inclusão de uma nova Pauta Jornalística nos Debates.
Os fatos dão conta da queda da República, no Brasil, à partir do documento que passo a transcrever:
Niterói, 30 de outubro de 2017.
Ao
Exmos. Srs. Ministros do Egrégio Superior Tribunal Militar.
Eu, José Luiz Rodrigues da Silva, brasileiro, divorciado, carteira de identidade nº 04325057-0, CPF. 898963437-72, residente e domiciliado à Tv Glória, 20 - Bl2 - Aptº 1205 - Fonseca - Niterói - RJ -CEP. 24120-080, Reservista Naval, Ex. Funcionário Público da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, atualmente pensionista do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Requer, ato de ofício deste Egrégio Superior Tribunal Militar, em decorrencia do atual quadro de anomia jurídica, fundamentado no art. 1º § único da Constituição Federal. Declarar vaga a Presidência da República, com o afastamento imediato das funções o Sr. Michel Miguel Elias Temer Lulia. Bem como, homologação Ad hoc de meu nome, conforme qualificado, para o referido cargo.
O Povo Brasileiro, exercendo o poder diretamente, neste ato representado pelo Sr. José Luiz Rodrigues da Silva;
Decreta:
Art. 1º Estado de Defesa; conforme descrito no art. 136, § 1º da Constituição Federal.
Art. 2º Fica extinto o Supremo Tribunal Federal.
Art. 3º Assume, provisoriamente, as funções do extinto STF, o Superior Tribunal Militar.
Art. 4º Suspensão de todas as concessões públicas aos serviços privados de Rádio e Televisão.
Art. 5º Prisão, pelos crimes de traição e lesa pátria, de todos os Parlamentares que impediram o prosseguimento das denúncias contra o antigo, já citado, ocupante da Presidência da República.
Entendemos que a atual cúpula da Justiça Brasileira é uma das principais causas dos descalabros verificados na atualidade. Em um sentido mais amplo, quando a Justiça deixa de ser cega e deixa claro seu afã de privilegiar as classes mais abastadas torna-se o principal algoz do Povo menos favorecido.
Este é o motivo da extinção do atual STF. A sociedade está cansada de ver Ministros de Estado e Juízes comportando-se como sendo semideuses togados, achacando o conjunto da sociedade com decisões hipócritas, partidárias e covardes, quando não, omissas.
É importante ressaltar que a presente exortação ao mais antigo dos Tribunais Brasileiro, tem como finalidade, ampliar o suporte jurídico às Forças Militares. Objetivando afastar da vida pública e prender, todos os parlamentares envolvidos nos crimes supracitados, para que sejam julgados. Valendo-se para isso de todo arcabouço legal, desde a outorga da constituição de 1824.
Pelo exposto, rogo a este Tribunal faça a Justiça florescer, neste lodaçal de ignomínia.
Nestes termos, pede e espera deferimento.
José Luiz Rodrigues da Silva – Guatimozin II
https://secure.avaaz.org/po/petition/STM_Tomada_do_Poder/?cWXVeab
Que a atual delegação Brasileira responda a esta questão. Afinal, quem manda no Brasil?
Sou Guatimozin II, Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil.
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